Sabe com quem?
Conhecer as pessoas com quem você convive e se enxergar a partir desses olhares, aumenta a angulação de seu horizonte.
Você sabe com quem você trabalha?
Você sabe com quem você dorme?
Você sabe com quem você convive?
Não estou questionando o nome e as características externas dessas pessoas, mas sim seus gostos mais íntimos, suas manias comportamentais, seus desejos internos, suas angústias diárias e principalmente seus sonhos mais tenros.
Você já se perguntou que limitações pessoais, seja no âmbito religioso, moral ou conceitual, cada membro de sua convivência apresenta na tomada de decisão para a realização de um projeto?
Você tem plena consciência dos valores e dos sentimentos de seu companheiro ou de sua companheira para entender o motivo dos comportamentos explosivos que ela tem ou mesmo a sua passividade diante de uma crise conjugal?
Conhecer o outro é uma das tarefas mais importantes para que você possa potencializar as suas expertises e tentar aproximar as realizações de suas expectativas, pois apenas assim você terá condições de avaliar o nível de resposta das pessoas que o cercam.
Ver o mundo através de um outro viés também possibilita a você aumentar a angulação de seu horizonte, seja ele pessoal ou profissional, fazendo com que você tenha a possibilidade de experimentar novas ideias e agir de uma maneira com a qual você não estava acostumado.
Se bons resultados virão em função disso ninguém sabe, mas apenas se permitindo a essa abertura já demonstrará para quem olha de fora para você, que você é um indivíduo sempre em sentido do progresso e da prosperidade.
Não basta apenas olhar o que os outros fazem, é necessário entender profundamente os motivos que levaram o outro a ter esse determinado desempenho. É necessário conhecer a sua estrutura familiar, suas crenças religiosas e suas aptidões de serviço ao próximo.
Deve-se conhecer suas expectativas com seu estado atual e seus maiores desejos de realização futuras, bem como entender seus aspectos psicológicos e sua bagagem cultural.
Exigir um comportamento alheio com base naquilo que você viveu nada mais é que caminhar olhando fixamente para as pontas do próprio pé sem se dar a oportunidade de apreciar a paisagem.
Quantas vezes você sentou diante de um membro da sua equipe e perguntou com sinceridade “o que está pegando?” ou, “o que você realmente quer com esse trabalho?”, ou mesmo “o que fazemos aqui que você gostaria que fosse diferente? E por quê?”.
Ao olhar sem julgamento para as respostas, você criará um nível incrível de empatia que o tornará capaz de tomar as decisões mais assertivas diante desse stakeholder, possibilitando a você saber dosar as demandas e ter uma noção mais precisa das capacidades de entrega de resultados.
Muitas vezes, líderes, amantes ou mesmo amigos de infância não se preocupam em dar atenção aos aspectos dos valores e da real essência daqueles que os cercam, limitando-se a impor suas normas e condutas de comportamento para que cada um dos que o rodeiem atuem exclusivamente em reflexo à sua postura.
Isso apenas demonstra uma total falta de autoridade sobre si mesmo, pois o medo de ser superado ou mesmo desrespeitado se estabelece em si e por isso acaba por limitar a criatividade e o crescimento de seus pares.
Deve-se, contudo, propor sempre uma abertura consciente ao que o outro possa contribuir a partir do conhecimento das características mais íntimas das pessoas, visto que, com essa proposta, você poderá ter clareza das coisas que ocorrerão e do nível de resposta.
Entender o viés do outro não significa abrir mão de suas próprias características, mas sim colocar a sua disposição um número maior de elementos de análise para que suas próprias decisões sobre os fatos que ocorrem com você sejam mais contundentes.
