Morremos todos os dias
Eu morri ontem à noite!
Morri semana passada também. Morri há uns meses atrás e também em 2017. Teve aquela morte em 1997 que não me sai da memória e mais uma outra vez muito marcante em 2003.
Foram tantas que já nem me lembro mais de cada uma das vezes nas quais eu morri!
Morremos eu, você, ele, ela e aquele acolá quando cedemos nossa autoridade para uma outra pessoa ou uma situação que não nos convém. Morremos quando afogamos nossos valores mais íntimos e fazemos apenas o que se espera de nós sem passar pelo crivo de nossa razão. Estamos sepultando nossa vida em cada momento que, apenas para agradar e sem filtros, sucumbimos diante da força opressora de mundo.
Morremos quando procrastinamos. Morremos quando destilamos veneno.
Morremos quando julgamos, ferimos excluímos. Quando abdicamos do zelo, do carinho e da fraternidade em nome do nosso egoísmo.
Morremos sempre, todo dia e a cada instante que decidimos ser nossa face sombra.
A morte, em si, pode ser encarada de várias maneiras conforme a religião, a fé, a cultura e a crença do ser humano, tendo desde o significado um ritual de passagem para os espíritas como o fim absoluto do caminho para os ateus, sabendo também que no cristianismo é o fim da esfera material e início da jornada espiritual, mas no contexto do universo coaching, a morte está associada ao fato de cada um de nós abrir mão do caminho rumo a prosperidade e adentrar na esfera da estagnação, não progredindo e esquecendo que, para continuarmos vivos, devemos fazer nossa vida valer a pena...para nós mesmos e também para alguém.
Entenda que, de maneira bem clara e transparente que decidimos morrer ao invés de decidirmos viver! E isso é um absurdo completo pois, até pelo instinto da sobrevivência, vamos caminhando dia após dia tentando dar sobrevida a nossa existência. Mas, também, diariamente, vamos caminhando rumo ao desfiladeiro da como gado em rota de abate.
Não faz nenhum sentido, não e mesmo!
Se organicamente viver significa respirar, na metáfora da vida comportamental, viver é escolher ser feliz, negando atitudes sabotadoras e hábitos de auto crueldade. Quando estamos infelizes e longe de ter uma vida abundante de amigos, família e seguridade social, raramente procuramos a medicina da vida para uma consulta. Estamos plenos e com nossos alvéolos pulmonares da alegria repletos de energia, vamos realizando e cumprindo nossos destinos com a faca nos dentes em bisca de mais e mais desafios.
Acontece que da mesma maneira que ingerimos refrigerantes, fumamos, comemos gordura em excesso, tomamos decisões como buzinar à revelia no trânsito, não voltar o troco do pão na padaria, parar em fila dupla, cruzar o sinal vermelho, sonegar impostos, nos deixar hipnotizar pelas redes sociais e tudo aquilo que está aí na sua cabeça que o torna um doente humano.
Ficamos doentes por não desempenharmos para o equilíbrio e para a estabilidade emocional e acabamos por não assumir simetricamente os vários papéis que temos diariamente.
Adoecemos a alma e o coração até que os desfibriladores das emoções não tenham mais carga para nos ressuscitar...
A medicina tem seus ramos específicos para salutar diversas faces do ser aliviando as dores da alma pelo tato dos psicólogos, terapeutas e psiquiatras. Mas, ao não se perceber trauma psicológico no paciente, entenda que existe apenas um desalinho comportamental que, com o passar do tempo, onde se permitiu criar grande impacto negativo no seu dia-a-dia, mas que com atenção e técnica, poderá sempre ser revertido.
Eu sou Eduardo Dias e sou Master Coach, mas já fui paciente sem cura de mim mesmo durante muito tempo até que me permiti reconhecer, entender e assumir minha necessidade de mudança. Com paciência e orientação saí do estado de coma comportamental e hoje já caminho com minhas próprias pernas.
Foi uma extensa caminhada, mas tudo começou quando eu decidi parar de morrer!
